Quem sou eu

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Teresina, Piauí, Brazil
Ah! Meu coração é mole/ Feito língua de moça./ Prefiro a calma a usar a força,/ Que carne de gado criado em morro é muito é ruim:/ Dura danada.// No bombardeio ergo sempre a bandeira branca,/ Cor que cedo não quero em minha trança,/ Mesmo que digam que é experiência.// Antes mesmo de tantos lamas e Ghandi,/ Foi que se inventou a calma dos monges./ Apesar dos últimos incidentes no Tibete. - Tapuia. Mestre em Letras/Linguística pela UFPI. Professor. Arre(medo) de poeta. Artista (de)plástico nas horas vá(ri/g)as. Aquele que nasceu no rio.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HAIQUASES

I

Saudade do hálito fresco
Da boca da noite
Do meu interior.

II

Folha no terreiro.
O vento sopra.
Namoram de mãos dadas.

sábado, 8 de outubro de 2011

DAS ÚLTIMAS LEITURAS DE NERUDA

Por qué los árboles esconden
el esplendor de sus raíces?

(Neruda)
I
DAS RAÍZES

Há muito tempo
Os galhos de árvores que ficam dentro do chão
Tinham folhas também
O problema é que as minhocas
Naquele tempo
Eram lagartas subterrâneas.

Teresina, 15/07/11.

II
DOS ESCRITORES EXPERIENTES

Perigoso é deixar caneta
E aquele livro que você está lendo (e adora!)
Perto de criança.
Elas sempre fazem emendas
Nas histórias.

Bom Jardim, 16/07/11.

III
DA SABIDURIA

Para Ronald

Eu tenho muita experiência na vida:
Se quiser eu lhe ensino.
Já faz um bom tempo
Que meu trabalho é botar corrente
De bicicleta de menino.

Bom Jardim, 16/07/11.

domingo, 10 de julho de 2011

O BURRO E OS CUPINS

Cansada de ver o sofrimento de um burro, que andava mancando por estar peado, a cupim-rainha ordenou a seus operários que roessem a corda que limitava os movimentos do animal.
Assim os cupins fizeram. Esperaram que o burro dormisse e roeram-lhe a peia.
No outro dia, quão grande não foi a decepção de todo o cupinzeiro! O burro continuava mancando.
MORAL: Muitas pessoas estão tão acostumadas às limitações – sobretudo às das idéias – que não adianta tentar lhes ajudar.
Teresina, 01 de julho de 2011.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ER@ DIGIT@L diz:

Mais q nunk
E-tempo d respeito
A tds as
Linkuagens

Codó, 11 de maio de 2011.

PRETO NO BRANCO

Paguei a pena:
Ao teu olhar
Passei em branco.
Que pena!

Mas quem diria
Poesia
Também pega no tranco:

Peguei a pena
E pra não ficar em branco
Passei pro branco
Esse poema.

Codó, 19 de maio de 2011.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

VISITA

– Cadê o poeta que estava aqui?
– Foi-se a mocinha e o levou.
Não saberia acaso a mocinha
Que versos são feitos de amor?

– E aquelas linhas de ira,
O tempo já as dissipou?
Donde vieram? De longe?
– De um dia de dissabor.

Pois eis que torna a mocinha.
E o poeta: – Por onde andou?
– Andava vagando, sozinha!

– Hum! E agora de mim lembrou?!
– Não. Voltei feito andorinha.
Daqui a pouco me vou.

Teresina, 15 de maio de 2011.

DESMAIO

Quero poemas datados!
Mas já pensando nisso
De espasmo quase caio.
Que faço eu em outubro?
E que farei se descubro
Que sou mais lírico em maio?

Teresina, 12 de fevereiro de 2011.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Uma mulher-moça trazia duas crianças
mais os viço da ainda idade
nos olhos de enquanto o céu relampeja de fogo em monturo...

Quatro luas de automóvel diziam uma cada cor.

Um diassempre que ia batendo caçuleta...

E ele desenhava um a um os ovos de codorna
de canto enquanto
mode os trombadinha ir vender.

E a borboleta quando veio reclamando o chão da solda mal feita
num risco que pingava do olho direito da cobra
que vinha só com a cabeça nas costas.
(Foi coisa que a natureza lhe deu!)

Eita porra! E correu pra estender a semente
que gesticulava num pedaço de vida.

Codó, 30 de março de 2011.

Sobre a evolução das espécies e dos ditos

Hodie mihi, cras tibi.

Não, não foi sem motivo
Que Deus me deu carapaça!
Foi só porque vivo
Sofrendo de ser caça.

Moral da estória:
Nada vem de graça.
Dê cá minha tipoia
Que um nervo me escassa!

É assim, e se contente.
Escolha: moela ou dente?
Vamos! Sem demora!

Nunca vi voando uma cobra.
O que aqui não tem ali sobra.
O teu foi o antes; o meu é o agora.

Codó, 23 de março de 2011.

[Um dedo de prosa]

Em casa teu aperto ainda permanecia em meus lábios. Como se tua boca viesse na minha enquanto a música tocava... Como se o teu “boa noite” fosse aquele que se diz antes de dormir apenas, enquanto permanecêssemos agarradinhos. Nada de despedida! Como se teus dentes ainda abraçassem minha língua, que, buscando a tua, tocava o teu céu. Então percebi que a tua presença, que permanecia tão perenemente, era a mesma de quem nunca se foi. Pois é, tudo isso, que ainda está em mim, veio do teu riso moço de quem nunca se vai realmente.

Bom Jardim, 01 de março de 2011.

sexta-feira, 11 de março de 2011

POEMINHA INTERESSEIRO

Amor
É terno!

Teresina, 11 de março de 2011.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

PENUMBRA

Tudo escuro.
E, na clareza da vontade, os fatos.

O que os olhos não viam
As mãos diziam
Tocavam
Di-men-si-o-nal-men-te.

Nenhuma palavra pronunciada.
Sussurros,
Só os urros...
Estava tudo muito claro!

Teresina, 10/03/ 2004.
(Encontrei essa no fundo da gaveta)

QUADRINHA MATUTA

Versos de beira d'água



Bom Jardim, janeiro de 2011.

CONTINUAS LINDA


Teresina, 07 de feveriero de 2011.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

INCONSTÂNCIA

À Enildes

Porém quem poderá nos defender,
Eximir-nos dessa vida analfabeta
Se quando tentamos nos arrepender
Vem outra moça e refaz-nos poeta?

E, então, nisso nos achamos esteta:
Em derramar no papel o que nem é nosso,
A remeter a outro rumo nossa meta
E a nos arrependermos sem remorso.

Mas que fazer se esses olhos mansos
Alcançam onde parecem nem ir
E fazem de nossa correnteza remanso?

Pergunta-me ainda se a alma não cansa.
Cansa! Talvez, talvez! Mas e daí?
Vale amar tempestade; não, viver bonança.

Codó, 4 de junho de 2010.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vão-se os amores, ficam os poemas!
Sofrimento para muita coisa serve.
Se agora já nem vale mais a pena
Já serviu para alimentar a verve.

Se coita nem é coisa que se herde!
No início a gente até que pena,
Mas vai que ali vem outra morena...
E então muito do que doía já se perde.

Versos aliviam muitos problemas, então;
Curam dores que mal se sabe onde estão
E nos mandam para onde a dor descamba.

E eu, com idade inda pouca (considero!),
Vou limando minha dor, sem muito esmero,
E quardando tristeza pra mais de um samba.


Teresina, 28 de janeiro de 2011.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Haicai dos afoitos e sonhadores

João morreu afogado.
Um dia ele quis
As ondas do/mar.